O Ministério da Saúde anunciou a incorporação do implante subdérmico contraceptivo à rede pública de saúde. Conhecido como Implanon, o método é considerado um dos mais eficazes para prevenção de gestações não planejadas e estará disponível no Sistema Único de Saúde (SUS).
Com duração de até três anos e eficácia superior à de métodos tradicionais, o implante atua de forma contínua no organismo e representa um avanço nas políticas de saúde sexual e reprodutiva. A iniciativa visa ampliar o acesso a métodos contraceptivos de longa duração (LARC, na sigla em inglês), especialmente entre mulheres em situação de vulnerabilidade.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou que a decisão de incorporar o método foi aprovada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec). “Agora vamos orientar as equipes de saúde, realizar a compra dos dispositivos e capacitar as Unidades Básicas de Saúde para a oferta ainda neste semestre”, afirmou.
A previsão do Ministério é distribuir 1,8 milhão de implantes até 2026, sendo 500 mil unidades já na primeira fase de implementação. O investimento total estimado é de R$ 245 milhões. Atualmente, o dispositivo pode custar entre R$ 2 mil e R$ 4 mil na rede privada.
Segundo a secretária de Atenção Primária à Saúde, Ana Luiza Caldas, o novo método amplia as opções de planejamento reprodutivo e contribui para a redução da mortalidade materna no Brasil. “É uma política pública que transforma vidas, com impacto direto na saúde das mulheres e alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU”, declarou.
Além do Implanon, o único método LARC atualmente disponível no SUS é o DIU de cobre. Ambos são considerados mais eficazes por não dependerem do uso contínuo ou correto por parte da usuária, como ocorre com as pílulas ou injetáveis. Os LARC são reversíveis e permitem o retorno rápido da fertilidade após a retirada.
A inclusão do implante exige capacitação de profissionais da saúde para inserção e remoção do dispositivo. O Ministério da Saúde irá coordenar treinamentos teóricos e práticos, com foco nos serviços que já atuam com planejamento reprodutivo.
Após a publicação da portaria que oficializa a incorporação, o SUS terá até 180 dias para viabilizar a oferta nos postos de saúde, incluindo a atualização de protocolos clínicos, aquisição do insumo e formação das equipes.
Atualmente, o SUS oferece preservativos internos e externos, anticoncepcionais orais e injetáveis, DIU de cobre, laqueadura e vasectomia. Entre esses, apenas os preservativos oferecem proteção contra infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).
Com a ampliação do acesso ao Implanon, o governo espera garantir mais autonomia às mulheres brasileiras sobre seus corpos e seus projetos de vida.
Informações do gov.br