Plataformas digitais que antes mediavam serviços como transporte, entregas e aluguel por temporada agora contratam trabalhadores para tarefas online. Apesar da relevância, as condições são marcadas pela precarização.
As atividades vão desde alimentar bancos de dados de inteligência artificial até prestar serviços profissionais como contabilidade, advocacia e arquitetura. Esse modelo já é a principal fonte de renda para a maioria das pessoas que atuam nesse tipo de trabalho remoto.
Porém, trabalhadores relatam atrasos ou ausência de pagamento, rendimentos abaixo do salário mínimo local, falta de suporte e exposição a conteúdos violentos ou sexualizados sem qualquer proteção psicológica ou social. Além disso, há barreiras à organização coletiva e ausência de vínculos trabalhistas formais.
Essas constatações fazem parte do relatório Fairwork Cloudwork Ratings, conduzido por pesquisadores da Universidade de Oxford (Reino Unido) e do Instituto WZB Berlin (Alemanha), que avaliou 16 plataformas digitais de trabalho remoto e ouviu cerca de 750 trabalhadores em 100 países. A média de pontuação das plataformas foi de apenas 3,5 em uma escala de 10.
Empresas como Amazon Mechanical Turk, Freelancer e Microworkers não pontuaram, sendo apontadas como as que oferecem piores condições. A Upwork obteve apenas um ponto. Fiverr e Remotasks alcançaram dois. Nenhuma das empresas comentou os resultados.
Apenas quatro das 16 plataformas avaliadas conseguiram comprovar que remuneram acima do salário mínimo local, já descontados impostos e outros custos. Isso contrasta com a dimensão do setor, que movimenta centenas de bilhões de dólares globalmente.
Informações da Agência Brasil