O boletim do InfoGripe, divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), alerta para o aumento expressivo dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Brasil. Segundo a pesquisadora Tatiana Portella, do InfoGripe, a influenza A afeta todas as faixas etárias, mas tem maior impacto sobre os idosos. Nas últimas semanas, o número de notificações quase dobrou em relação ao mesmo período do ano anterior, com um crescimento de 91%. A alta se concentra principalmente nas regiões Centro-Sul.
A maior parte das hospitalizações por SRAG tem sido causada pela influenza A e pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR) – que hoje é a principal causa de hospitalização entre crianças pequenas. O cenário é preocupante em praticamente todo o país, embora alguns estados — como Acre, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo e o Distrito Federal — comecem a apresentar sinais de estabilização ou queda nos casos. Ainda assim, os níveis seguem elevados.
Portella reforça a importância da vacinação contra a gripe como principal forma de prevenção de casos graves e óbitos. Ela também recomenda o uso de máscaras em locais fechados e com aglomeração, especialmente em unidades de saúde, ao surgirem sintomas gripais.
Tendências regionais
A análise aponta que os casos de SRAG em crianças associadas ao VSR continuam em alta, mas com sinais de estabilização em partes do Centro-Oeste, Sudeste e Norte. Em relação aos idosos, o crescimento é mais evidente em capitais como Aracaju, Belo Horizonte, Boa Vista, Brasília, Curitiba, Florianópolis, Goiânia, João Pessoa, Macapá, Maceió, Porto Alegre e Rio de Janeiro.
Entre jovens e adultos, a tendência de alta também se repete em diversas dessas cidades.
Perfil dos vírus identificados
Nas últimas quatro semanas, a prevalência entre os casos positivos de SRAG foi:
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Influenza A: 40%
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Vírus Sincicial Respiratório (VSR): 45,5%
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Rinovírus: 16,6%
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Influenza B: 0,8%
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Sars-CoV-2 (Covid-19): 1,6%
Nos óbitos associados a SRAG, os percentuais foram:
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Influenza A: 75,4%
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VSR: 12,5%
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Rinovírus: 8,7%
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Covid-19: 4,4%
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Influenza B: 1%
O cenário reforça a importância de ações preventivas contínuas e monitoramento atento da evolução dos vírus respiratórios, sobretudo entre os grupos mais vulneráveis da população.
Informações da Agência Brasil