O Senado Federal aprovou o projeto de lei que institui o Dia Nacional da Axé Music, a ser celebrado anualmente em 17 de fevereiro. A proposta, de autoria da deputada baiana Lídice da Mata (PSB-BA), segue agora para sanção presidencial. O reconhecimento oficial marca a importância de um dos gêneros mais emblemáticos da música popular brasileira, com raízes profundas na cultura afro-baiana.
A data faz referência ao domingo de Carnaval de 1985, quando a canção Fricote, de Luiz Caldas, ganhou projeção nacional e é considerada o marco inicial da Axé Music. O termo só viria a ser adotado dois anos depois, batizando um movimento que mescla frevo, samba-reggae, ijexá e outros ritmos afro-brasileiros — criando uma estética sonora e visual que redefiniu os carnavais da Bahia e impactou a cena musical brasileira.
Reconhecimento da cultura e da economia criativa
A proposta teve tramitação acelerada e amplo apoio parlamentar. Na Câmara dos Deputados, foi relatada por Daniel Almeida (PCdoB-BA) e aprovada por ampla maioria. No Senado, recebeu parecer favorável da senadora Augusta Brito (PT-CE), com leitura do relatório feita pelo senador Paulo Paim (PT-RS) na Comissão de Educação e Cultura.
Durante as discussões, parlamentares e artistas destacaram o valor simbólico e material da Axé Music, que vai muito além do entretenimento. O gênero é reconhecido como instrumento de resistência, inclusão e afirmação das raízes negras brasileiras.
“A Axé Music é uma força ancestral que movimenta a economia criativa, gera milhares de empregos e celebra a diversidade do nosso povo”, afirmou Augusta Brito.
Dados da Secretaria de Cultura e Turismo de Salvador indicam que o Carnaval mais recente, impulsionado pelo axé, gerou mais de 60 mil empregos temporários e movimentou cerca de R$ 2 bilhões na capital baiana. A taxa de ocupação hoteleira ultrapassou 95%, evidenciando o impacto direto do gênero na economia e no turismo local.
Uma conquista simbólica
Para a deputada Lídice da Mata, o Dia Nacional da Axé Music é um marco de valorização cultural e histórica:
“É o reconhecimento de um movimento que levou a música da Bahia para o mundo. Um som com raízes negras, que embala o povo e gera transformação social”, afirmou a autora do projeto.
Com a sanção presidencial, a nova data passará a integrar o calendário oficial de eventos culturais do Brasil, consolidando o axé como um símbolo da identidade nacional e da potência cultural baiana.
Informações do Muita Informação