O governo português anunciou recentemente que 18 mil imigrantes sem autorização de residência seriam notificados a deixar o país em um prazo de 20 dias — sendo 4,5 mil ainda nesta semana. Caso não deixem o território voluntariamente, a legislação local prevê a possibilidade de detenção.
A Embaixada do Brasil em Portugal informou que é “irrisório” o número de brasileiros que devem ser notificados para deixar o país europeu, segundo dados repassados pelo governo português. A representação brasileira em Lisboa segue em diálogo com autoridades locais e deve realizar reuniões para tratar da situação dos imigrantes em condição irregular.
Com cerca de 513 mil pessoas, a comunidade brasileira é a maior entre os estrangeiros em Portugal, de acordo com dados do Itamaraty. O país europeu abriga a segunda maior população brasileira fora do Brasil, ficando atrás apenas dos Estados Unidos.
O ministro da Administração Interna de Portugal, António Leitão Amaro, declarou que quem não cumprir a ordem será “afastado coercivamente”, e defendeu a criação de um novo regime mais ágil e eficaz para realizar expulsões.
A decisão do governo ocorre em meio a uma campanha eleitoral acirrada. A oposição portuguesa acusa o atual governo de instrumentalizar o tema da imigração para fins eleitorais, apostando em discursos que associam imigrantes aos problemas enfrentados pelo país — uma estratégia já recorrente em outras nações europeias.
A Casa do Brasil de Lisboa, associação que apoia imigrantes brasileiros, protestou contra o endurecimento das políticas migratórias em plena campanha. “Fica a pergunta se, mais uma vez, não estão a utilizar a imigração como bode expiatório e uma cortina de fumaça para os problemas reais do nosso país”, afirmou a presidente da entidade, Ana Paula Costa
o para fins eleitorais, apostando em discursos que associam imigrantes aos problemas enfrentados pelo país — uma estratégia já recorrente em outras nações europeias.
A Casa do Brasil de Lisboa, associação que apoia imigrantes brasileiros, protestou contra o endurecimento das políticas migratórias em plena campanha. “Fica a pergunta se, mais uma vez, não estão a utilizar a imigração como bode expiatório e uma cortina de fumaça para os problemas reais do nosso país”, afirmou a presidente da entidade, Ana Paula Costa.