A Polícia Federal (PF) concluiu que o ex-presidente Jair Bolsonaro realizou mais de 300 compartilhamentos de vídeos no WhatsApp enquanto já estava proibido de usar redes sociais, incluindo perfis de terceiros.
A informação consta no relatório no qual a PF indiciou Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) no caso das sanções dos Estados Unidos. Durante as investigações, o celular do ex-presidente foi apreendido.
De acordo com a PF, Bolsonaro enviou a apoiadores vídeos relacionados a manifestações favoráveis a ele e sobre a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes. Na ocasião, Bolsonaro já estava proibido por Moraes de usar redes próprias e de terceiros.
Ao analisar o caso, a PF afirmou que o compartilhamento das mensagens se assemelha às ações de “milícias digitais”. O relatório destacou, por exemplo, que mensagens referentes a manifestações em Salvador foram compartilhadas mais de 360 vezes pelo WhatsApp do ex-presidente.
Os investigadores concluíram que Bolsonaro burlou as determinações do Supremo. Segundo o relatório, ele utilizou redes sociais de terceiros para contornar a ordem de proibição imposta pela Justiça.
Atualmente, Jair Bolsonaro está em prisão domiciliar por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após descumprir medida cautelar que impedia o uso de redes sociais. Entre as restrições, estão o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de acesso a plataformas digitais.
A defesa do ex-presidente afirmou que foi surpreendida com o indiciamento e garantiu que irá prestar os esclarecimentos solicitados à Justiça.
Informações da Agência Brasil