A expectativa do mercado financeiro para a inflação oficial do Brasil voltou a cair. Segundo o Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, a previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 5,2% para 5,18% neste ano, marcando a sexta queda consecutiva nas estimativas.
Apesar da desaceleração recente — com a inflação de maio fechando em 0,26% e acumulando 2,75% no ano — a projeção para 2025 segue acima da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional, que é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Isso significa que o teto da meta é 4,5%. Para os anos seguintes, o mercado projeta inflação de 4,5% em 2026, 4% em 2027 e 3,8% em 2028.
Selic segue em alta e pode permanecer estável
Mesmo com sinais de desaceleração da inflação, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou recentemente a taxa básica de juros, a Selic, para 15% ao ano — o sétimo aumento consecutivo. A decisão contrariou parte do mercado, que esperava manutenção da taxa.
Na ata da reunião, o Copom sinalizou que pretende manter os juros nesse patamar nas próximas decisões, acompanhando os efeitos do ciclo atual. No entanto, o comitê não descartou novas elevações caso haja pressão inflacionária.
A expectativa dos analistas é que a Selic encerre 2025 ainda em 15% ao ano, com recuo gradual previsto para os anos seguintes: 12,5% em 2026, 10,5% em 2027 e 10% em 2028.
A política de juros elevados visa conter a inflação ao frear o consumo e encarecer o crédito. Porém, essa medida também pode dificultar o crescimento econômico, especialmente em momentos de incerteza.
Crescimento econômico e câmbio:
A previsão do mercado para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano subiu ligeiramente, de 2,21% para 2,23%. Para os próximos anos, as estimativas indicam estabilidade: 1,86% em 2026 e 2% tanto para 2027 quanto para 2028
No primeiro trimestre de 2025, a economia brasileira avançou 1,4%, impulsionada principalmente pelo setor agropecuário. Em 2024, o país já havia registrado crescimento de 3,4%, marcando o quarto ano consecutivo de expansão do PIB.
Quanto à cotação do dólar, a projeção é de que a moeda norte-americana termine 2025 em R$ 5,70. Para 2026, a expectativa é de R$ 5,75.
As projeções refletem a cautela dos agentes financeiros diante de um cenário econômico desafiador, com juros elevados, inflação resistente e um mercado cambial pressionado.
Informações da Agência Brasil