A indústria brasileira de máquinas e equipamentos registrou crescimento significativo em maio, com receita líquida total de vendas de R$ 27,4 bilhões — alta de 12,2% em relação ao mês anterior e de 26,3% na comparação anual. O desempenho positivo foi puxado principalmente pelo mercado interno, que movimentou R$ 21,8 bilhões, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).
Em contrapartida, o setor sofreu com a retração nas exportações, que caíram 5,9% em relação ao mesmo mês do ano anterior, somando US$ 989 milhões. A queda é atribuída à redução nos preços internacionais dos produtos, que recuaram 3,5%.
As importações seguiram em alta, com crescimento de 5,2% na comparação anual e de 2,9% em relação ao mês anterior, totalizando quase US$ 2,7 bilhões. No acumulado entre janeiro e maio, as importações atingiram US$ 13,1 bilhões — o maior valor da série histórica para o período, com avanço de 10,3% sobre o ano passado.
A utilização da capacidade instalada da indústria também cresceu, atingindo 78,9%, cinco pontos percentuais acima do registrado no mesmo mês do ano anterior. O setor emprega atualmente cerca de 419 mil trabalhadores, número 8,3% superior ao de 2024.
Segundo a Abimaq, a recuperação do mercado interno reflete a resiliência da indústria nacional, com destaque para a retomada das obras de infraestrutura e a recuperação do setor agrícola. No entanto, o aumento das importações e a queda nas exportações levantam um alerta para a perda de competitividade da indústria brasileira no cenário global.
Apesar dos bons resultados no primeiro semestre, a entidade mantém uma projeção de desaceleração para os próximos meses, diante dos efeitos acumulados do aperto monetário e de um cenário macroeconômico ainda desafiador.
Informações da Agência Brasil