A piora nas expectativas para a economia mundial impactou negativamente as exportações baianas em maio. As vendas externas do estado somaram US$ 800,9 milhões, com queda de 15,4% em relação ao mesmo mês do ano anterior. O recuo foi influenciado tanto pela redução no volume embarcado (-13,5%) quanto pela queda nos preços médios dos produtos (-2,2%).
No acumulado de janeiro a maio, as exportações baianas totalizaram US$ 4,56 bilhões, um aumento de 2,6% frente ao mesmo período do ano passado.
Já as importações caíram 58% em maio, totalizando US$ 655,9 milhões. O volume desembarcado recuou 53,4% e os preços médios ficaram 10% menores. O resultado reflete a influência da política monetária e a revisão das expectativas quanto ao ritmo da atividade econômica.
De acordo com análise da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), com base em dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), a queda nas exportações foi puxada principalmente pela indústria de transformação (-36,2%). Destaques negativos foram os derivados de petróleo (-80,3%), produtos químicos (-19%), papel e celulose (-17,5%) e metalurgia (-12%).
O volume exportado de derivados de petróleo caiu 76,7%, reflexo da queda nas cotações internacionais diante de temores de excesso de oferta e incertezas sobre a demanda global.
Na agropecuária, houve aumento de 14,1% nas receitas em maio, impulsionado por um crescimento de 28,7% no volume exportado. Mesmo com essa alta, os preços médios recuaram 11,4%, com destaque para a soja, cujo preço caiu 10,5%.
A indústria extrativa registrou crescimento de 4,8%, puxada pelas exportações de ouro, ativo geralmente valorizado em momentos de instabilidade econômica.
Desempenho das importações
No acumulado até maio, as importações somaram queda de 19,5%, com redução de 25,5% no volume e aumento de 8% nos preços médios.
Apesar do recuo geral em maio, houve aumento nas importações de bens de consumo (23,7%) e bens de capital (75,7%), refletindo o consumo ainda aquecido e o início de um novo ciclo de investimentos no estado — especialmente na aquisição de veículos, aviões e máquinas.
Três das quatro categorias econômicas de importação registraram alta no acumulado do ano. A única queda ocorreu nos combustíveis, com retração de 60,3%.
Informações do Ba.gov.br