Quinze grandes empresários franceses com atuação em diferentes setores econômicos se comprometeram a investir R$ 100 bilhões, no Brasil, ao longo dos próximos cinco anos. O compromisso foi firmado durante uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Paris.
Durante coletiva à imprensa, Lula destacou que as viagens internacionais realizadas por seu governo têm como objetivo atrair investimentos e fortalecer as relações comerciais. Segundo ele, acordos com países como China e Japão já renderam resultados semelhantes.
A França é atualmente a terceira maior fonte de investimento direto no Brasil, com um estoque de US$ 66,34 bilhões. Mais de mil empresas francesas atuam no país, sendo responsáveis pela geração de cerca de 500 mil empregos, conforme dados do Palácio do Planalto.
Lula afirmou que seu papel é abrir canais de diálogo entre empresários brasileiros e estrangeiros. “O presidente precisa abrir portas, mostrar o que o Brasil produz e pode oferecer, e buscar oportunidades de troca”, declarou.
Durante a visita, também foi discutido um projeto de cooperação entre Brasil e França para a produção de helicópteros na fábrica da Helibrás, em Itajubá (MG). Segundo o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, os equipamentos poderão ser usados por forças de segurança, serviços de saúde e para ações ambientais, com potencial de exportação para outros países da região.
Foram assinados ainda acordos bilaterais voltados ao desenvolvimento conjunto de vacinas e produtos laboratoriais, com participação da Fiocruz e instituições francesas como o Instituto Pasteur.
Sobre o acordo entre Mercosul e União Europeia, Lula rebateu críticas de que o setor agrícola francês seria prejudicado pelo agronegócio brasileiro. Ele ressaltou que há limites de exportação definidos e propôs diálogo direto entre produtores dos dois países. “Não quero prejudicar o pequeno agricultor francês. A política comercial precisa ser de mão dupla”, afirmou.
Apesar das resistências, Lula expressou confiança na aprovação do acordo pelo Parlamento Europeu, destacando que o entendimento deve ser coletivo entre os 27 países da UE.
Informações da Agência Brasil