A Carta do Rio de Janeiro, declaração final da cúpula do Brics realizada no Museu de Arte Moderna do Rio, destaca o compromisso dos países-membros com a promoção dos direitos humanos e o combate a todas as formas de discriminação. O documento reúne consensos entre os 11 países que compõem o bloco e os 10 parceiros convidados, identificados como nações do Sul Global.
O texto reafirma a necessidade de cooperação internacional para a defesa das liberdades fundamentais, sob os princípios da igualdade e do respeito mútuo, e condena práticas discriminatórias como racismo, xenofobia, intolerância religiosa e discursos de ódio. A carta também denuncia o crescimento da desinformação e da informação enganosa.
O bloco se compromete a fortalecer a cooperação em temas populacionais e sociais, com foco nos direitos das mulheres, das pessoas com deficiência, da juventude, dos migrantes e das populações idosas. Destaca ainda a importância da inclusão no mercado de trabalho e de ações voltadas para o desenvolvimento urbano e socioeconômico.
No campo da cultura, os líderes do Brics incentivam a valorização das economias criativas e reconhecem a importância da devolução de bens culturais aos seus países de origem, como parte do enfrentamento aos legados do colonialismo. O documento saúda a decisão da União Africana de declarar 2025 como o ano de reparação para africanos e afrodescendentes.
A declaração também aborda os desafios trazidos pela Inteligência Artificial (IA), reconhecendo seu potencial transformador, mas alertando para impactos como o deslocamento de empregos e o aumento da desigualdade. Os países se comprometem com o uso responsável da tecnologia, de forma inclusiva e alinhada a regulamentações nacionais e acordos internacionais.
Com a aproximação da COP 30, que acontecerá em Belém (PA), os países reforçaram o compromisso com o financiamento climático e com a promoção de governança e resiliência diante dos desastres, especialmente aqueles relacionados às mudanças climáticas.
Sobre o Brics
O Brics é composto por África do Sul, Arábia Saudita, Brasil, China, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia, Índia, Irã e Rússia, que representam 39% da economia global e quase metade da população mundial. Os países parceiros — entre eles Cuba, Nigéria e Vietnã — participam sem direito a voto. A presidência do grupo é rotativa, e o Brasil ocupa o posto atualmente, sendo sucedido pela Índia em 2026.
Informações da Agência Brasil