Pesquisadores australianos identificaram uma vulnerabilidade crucial em tipos agressivos de câncer, incluindo fígado, pulmão e estômago, abrindo caminho para novas estratégias de tratamento.
O estudo, conduzido pelo instituto WEHI e publicado na revista EMBO Reports, focou em um mecanismo celular chamado splicing menor. Esse processo é essencial para a sobrevivência de certos tumores, mas praticamente dispensável para células saudáveis. Interromper o splicing menor reduziu drasticamente o crescimento tumoral.
A descoberta é especialmente relevante para cânceres com mutações no gene KRAS, conhecidos por serem difíceis de tratar. Em vez de atacar as mutações diretamente, os cientistas miram um processo vital para o crescimento do tumor. A redução da proteína RNPC3, crucial para o splicing menor, provocou queda expressiva na quantidade de tumores.
Além disso, o bloqueio do splicing menor ativou a via p53, conhecida como “guardião do genoma”, que impede a multiplicação de células com DNA danificado ou promove sua reparação ou morte. Isso indica que tumores com a via p53 funcional podem ser especialmente vulneráveis a essa estratégia.
A equipe já testou mais de 270 mil moléculas, várias com potencial para se tornar novos medicamentos contra o câncer. O próximo passo é transformar a descoberta em terapias seguras e eficazes para pacientes, oferecendo esperança para casos que atualmente têm poucas opções de tratamento.
Informações do Correio*