A China habilitou 183 novas empresas brasileiras para exportação de café ao país asiático. O anúncio foi feito pela Embaixada da China no Brasil nas redes sociais e tem validade de cinco anos.
O mercado chinês tem demonstrado crescimento no consumo de café, ainda que o consumo per capita no país esteja em torno de 16 xícaras por ano — número muito inferior à média global de 240. Apesar disso, o produto vem conquistando espaço entre os consumidores chineses. De 2020 a 2024, as importações líquidas cresceram 13,08 mil toneladas, indicando um potencial significativo de expansão.
Enquanto isso, o setor cafeeiro brasileiro enfrenta incertezas no comércio com os Estados Unidos. O país, que é o principal destino das exportações brasileiras de café, anunciou a imposição de uma tarifa de 50% sobre o produto. A medida não incluiu o café na lista de quase 700 produtos brasileiros isentos da nova taxação.
Nos primeiros seis meses de 2025, os EUA importaram mais de 3,3 milhões de sacas de 60 quilos, o que correspondeu a aproximadamente 23% das exportações brasileiras — especialmente da variedade arábica, essencial para a indústria de torrefação norte-americana. Em comparação, a China importou cerca de 530 mil sacas no mesmo período, ocupando a décima posição entre os maiores compradores do café brasileiro.
Especialistas do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq-USP) alertam que os produtores nacionais podem ser forçados a buscar novos mercados. Segundo eles, o momento exige agilidade logística e estratégias comerciais para evitar prejuízos à cadeia produtiva.
O Ministério da Agricultura e o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) ainda não se pronunciaram oficialmente sobre a habilitação das empresas brasileiras na China ou sobre as novas tarifas impostas pelos EUA.
Informações da Agência Brasil