A deputada federal Carla Zambelli foi presa pela polícia italiana em Roma, após ter sido incluída na lista de procurados da Interpol. A prisão foi confirmada por fontes da Polícia Federal brasileira.
Zambelli havia deixado o país pouco depois de ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão pelo envolvimento na invasão dos sistemas eletrônicos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Segundo as investigações, a ação foi executada pelo hacker Walter Delgatti, que afirmou ter agido a mando da parlamentar.
Em nota, a Polícia Federal informou que a deputada será submetida a processo de extradição, conforme as normas da legislação italiana e dos acordos internacionais firmados pelo Brasil.
A prisão ocorreu após o deputado italiano Angelo Bonelli informar às autoridades locais o endereço onde Zambelli estaria hospedada, em Roma. Bonelli já havia cobrado urgência do governo italiano quanto à extradição, alegando que a cidadania italiana não deveria ser usada para fugir de uma sentença judicial.
Defesa nega que ela estivesse foragida
Em vídeo divulgado nas redes sociais, o advogado da deputada, Fabio Pagnozzi, afirmou que Zambelli decidiu se apresentar voluntariamente às autoridades italianas e nega que ela estivesse foragida no país. Segundo ele, a parlamentar aguardava apenas um posicionamento oficial para se manifestar formalmente.
No mesmo vídeo, Zambelli declarou que pretende cumprir qualquer eventual pena em território italiano, por considerar a Itália “um país justo e democrático”. Ela também reafirmou sua inocência.
Outro processo no STF
Além da condenação por invasão de sistemas, Zambelli responde a outro processo no Supremo Tribunal Federal por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal. O caso envolve o episódio em que a deputada sacou uma arma e perseguiu o jornalista Luan Araújo nas ruas de São Paulo, às vésperas do segundo turno das eleições de 2022.
O STF já formou maioria de votos (6 a 0) para condená-la a mais 5 anos e 3 meses de prisão em regime semiaberto, mas o julgamento foi suspenso após pedido de vista do ministro Nunes Marques.
Informações da Agência Brasil