O ex-presidente Jair Bolsonaro prestou depoimento no Supremo Tribunal Federal (STF) como réu na ação penal que investiga uma tentativa de golpe de Estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ao ser questionado sobre isso, ele negou qualquer hipótese de plano golpista em seu governo. Bolsonaro é um dos oito acusados apontados como integrantes do núcleo central do plano, segundo denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR).
O interrogatório foi conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF. A acusação da PGR sustenta que Bolsonaro tinha conhecimento de uma minuta golpista que previa medidas como a decretação de estado de sítio e a prisão de ministros do Supremo e outras autoridades. Parte dessas informações foi confirmada nos depoimentos de delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Negativa de golpe e defesa da Constituição
Ao ser questionado sobre a existência de um plano para reverter o resultado das eleições de 2022, Bolsonaro afirmou que a hipótese de golpe nunca foi considerada em seu governo.
“Golpe é abominável. O golpe até seria fácil começar. O afterday é imprevisível e danoso para todo mundo. O Brasil não poderia passar por uma experiência dessa”, disse.
Minuta golpista
O ex-presidente também negou qualquer envolvimento na elaboração ou modificação da minuta golpista mencionada por Mauro Cid. Segundo Cid, Bolsonaro teria assistido à apresentação do documento, proposto alterações e sugerido a inclusão da prisão de ministros do STF, incluindo Moraes. Bolsonaro, por sua vez, disse que nunca viu uma versão oficial da minuta e que sempre atuou dentro da Constituição.
Apoio das Forças Armadas
Ao ser questionado se o então comandante da Marinha, Almir Garnier, teria colocado tropas à disposição para uma eventual intervenção, Bolsonaro negou veementemente:
“Não tinha clima, não tinha oportunidade e não havia base minimamente sólida para qualquer coisa nesse sentido.”
A Polícia Federal investiga se Garnier teria manifestado apoio a Bolsonaro durante uma reunião com os comandantes das Forças Armadas, na qual se discutiu a possibilidade de medidas como estado de sítio e a operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).
Informações da Agência Brasil