A balança comercial brasileira fechou setembro com superávit de US$ 2,99 bilhões, resultado 41,1% menor que o registrado no mesmo mês de 2024 (US$ 5,08 bilhões). O desempenho foi afetado principalmente pela importação de uma plataforma de petróleo vinda de Singapura, o que reduziu o saldo positivo. Esse é o menor superávit para o mês em dez anos.
De acordo com dados divulgados na segunda-feira (6) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), o país acumula, de janeiro a setembro, superávit de US$ 45,48 bilhões, uma queda de 22,5% em relação ao mesmo período do ano passado.
As exportações atingiram US$ 30,53 bilhões, alta de 7,2% em comparação com setembro de 2024, impulsionadas pelo aumento no volume embarcado (+10,2%), mesmo com a queda nos preços médios (-2,5%). Já as importações somaram US$ 27,54 bilhões, avanço de 17,7%, resultado de um crescimento de 6,2% no volume de produtos comprados e alta de 1,6% nos preços.
Exportações em alta
O setor agropecuário cresceu 18%, com destaque para o milho (+22,5%), soja (+20,2%) e café não torrado (+11%).
Na indústria extrativa, houve alta de 9,2%, puxada por pedra, areia e cascalho (+50,3%) e petróleo bruto (+16,6%).
A indústria de transformação avançou 2,5%, com destaque para ouro não monetário (+94,4%), carne bovina (+55,6%) e automóveis de passeio (+50%).
Importações influenciadas por plataforma de petróleo
Nas importações, os bens de capital tiveram aumento expressivo de 73,2%, reflexo direto da compra da plataforma de petróleo. Também cresceram os bens intermediários (+10,5%) e os bens de consumo (+20,1%), enquanto as importações de combustíveis caíram 15,2%.
Entre os produtos com maior aumento estão a soja (+564,7%), os fertilizantes brutos (+63,5%) e os motores e máquinas não elétricos (+63,1%).
Projeções revisadas para 2025
O MDIC revisou suas estimativas para o desempenho da balança comercial neste ano. A nova projeção aponta superávit de US$ 60,9 bilhões, ante os US$ 50,4 bilhões estimados em julho. As exportações devem alcançar US$ 344,9 bilhões, e as importações, US$ 284 bilhões.
Mesmo com o ajuste, a previsão oficial é mais cautelosa do que a do mercado financeiro. O Boletim Focus, do Banco Central, projeta um superávit de US$ 64,4 bilhões para 2025.
Em 2024, o saldo positivo foi de US$ 74 bilhões, e o recorde histórico foi registrado em 2023, quando o superávit chegou a US$ 98,9 bilhões.
Fonte: Agência Brasil