A Polícia Federal (PF) prendeu mais duas pessoas suspeitas de envolvimento em um esquema de descontos ilegais aplicados em benefícios previdenciários do INSS. As prisões ocorreram em Aracaju e Umbaúba, em Sergipe. Os detidos foram levados à superintendência da PF para prestar depoimento. Por se tratar de uma investigação sob sigilo de justiça, os nomes não foram divulgados.
Além das prisões, a PF cumpriu cinco mandados de busca e apreensão em imóveis residenciais e comerciais localizados em Aracaju, Umbaúba e Cristianópolis. Durante a operação, foram apreendidos cerca de R$ 35 mil em espécie e R$ 68 mil em cheques. Também foi determinado o sequestro de cinco imóveis avaliados em aproximadamente R$ 12 milhões.
A ação faz parte das investigações que apuram um esquema fraudulento de descontos de mensalidades associativas não autorizadas, que afetou milhões de aposentados e pensionistas. Esses descontos indevidos eram realizados diretamente nos benefícios pagos pelo INSS, sem o consentimento dos titulares.
Desde a deflagração da chamada Operação Sem Desconto, a PF e a Controladoria-Geral da União (CGU) já cumpriram centenas de mandados judiciais em diversos estados brasileiros, além de bloquearem bens que somam mais de R$ 1 bilhão.
De acordo com o INSS e a CGU, o valor total de descontos associativos chegou a R$ 2,8 bilhões em 2024. No entanto, não há estimativa oficial de quanto desse montante foi cobrado de forma irregular. Consultas realizadas por beneficiários revelaram que 97,3% dos que tiveram valores descontados alegam não ter autorizado as deduções.
A CGU recomendou que o INSS suspenda a cobrança direta dessas mensalidades nos benefícios, devido à fragilidade dos mecanismos de controle atualmente utilizados. A prioridade agora é responsabilizar os envolvidos e recuperar os prejuízos aos cofres públicos.
Informações da Agência Brasil