O alto índice de insegurança alimentar na Bahia foi tema central da sessão ordinária da Câmara Municipal de Salvador na terça-feira (14). O debate foi motivado por uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que aponta o estado como o segundo do país com maior número de lares em insegurança alimentar, totalizando 2,1 milhões de domicílios e 5,8 milhões de pessoas nessas condições — atrás apenas de São Paulo.
Durante a sessão, vereadores defenderam a ampliação dos Restaurantes Populares estaduais e o fim da cobrança de R$ 2 por refeição nos dois equipamentos atualmente mantidos pelo governo da Bahia. Os trabalhos foram conduzidos pelo presidente da Casa, vereador Carlos Muniz (PSDB), e encerrados por Ricardo Almeida (DC).
O vereador Jorge Araújo (PP) ressaltou que a Prefeitura de Salvador tem feito sua parte ao manter dez Restaurantes Populares em bairros vulneráveis, servindo 4 mil refeições gratuitas diariamente. Ele cobrou que o governo estadual adote a mesma política.
“Temos milhões de pessoas que almoçam e não sabem se vão jantar. É inadmissível que o Estado, que diz gostar de gente, mantenha apenas dois restaurantes e ainda cobre do cidadão”, afirmou.
Na mesma linha, o líder do governo na Câmara, vereador Kiki Bispo (União), anunciou que o Plano Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional será votado em breve e que apresentará emenda proibindo a cobrança de taxas nos restaurantes populares, por entender que os frequentadores estão em situação de vulnerabilidade.
“Espero contar com o apoio de todos os pares desta Casa”, disse o parlamentar.
O presidente Carlos Muniz também defendeu a ampliação da rede estadual e o fim da taxa cobrada.
“O Estado deveria fazer o mesmo que o município. Muitas pessoas que tentam se alimentar nesses locais não têm condições de pagar nem R$ 1 ou R$ 2”, pontuou.
A líder da oposição, vereadora Aladilce Souza (PCdoB), reconheceu a importância do tema e indicou que a bancada deve apoiar o Plano Municipal de Segurança Alimentar, embora tenha criticado o que chamou de “temor” do prefeito Bruno Reis em relação à proposta da Tarifa Zero no transporte público.
Encerrando a discussão, o vereador Ricardo Almeida (DC) sugeriu que a emenda proposta por Kiki Bispo seja subscrita pelos 43 vereadores da Casa, em apoio à política de combate à fome e de garantia do direito à alimentação na capital baiana.
Câmara Municipal de Salvador/ Cms