Créditos: Ricardo Stuckert/PR
O resultado aponta para uma desaceleração no crescimento das vendas da indústria de máquinas e equipamentos em 2025. No acumulado até julho, a alta em relação ao mesmo período do ano anterior era de 13,6%. Os dados, divulgados nesta quarta-feira (1º) pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), mostram que em agosto, já sob os efeitos do tarifaço imposto pelos Estados Unidos, a receita de vendas recuou 5,6% frente a agosto de 2024, somando R$ 26,5 bilhões.
Segundo a entidade, o desempenho está dentro das expectativas e deve manter a tendência de desaceleração nos próximos meses, em razão da política monetária contracionista e do impacto das tarifas norte-americanas sobre o setor.
De janeiro a agosto, a receita com vendas internas totalizou R$ 153,2 bilhões, 12,7% acima do registrado no mesmo intervalo de 2024. Já as exportações chegaram a US$ 8,3 bilhões, uma leve queda de 0,1% na comparação anual. A Abimaq destacou, entretanto, que houve aumento nas exportações de máquinas agrícolas, de equipamentos para bens de consumo não duráveis e de componentes, com destaque para a América do Sul — especialmente Argentina, Chile e Peru.
As exportações tiveram mudanças relevantes de destino. Enquanto as vendas para a América do Norte caíram 9%, a Europa cresceu 11,6% e a América do Sul avançou 17,2%. A Argentina foi o destaque, com expansão de 47,2% puxada pelo forte aumento das vendas de máquinas para agricultura (+82,8%) e para construção civil (+80,1%).
Já os Estados Unidos, que responderam por 25,9% das exportações brasileiras do setor até agosto, registraram queda de 7,5% nas compras, sobretudo pela retração de 14,9% na demanda por máquinas de construção civil. Em 2024, o país havia representado 26,9% das exportações totais do setor.
As importações, por sua vez, seguiram em alta. Entre janeiro e agosto, somaram US$ 21,1 bilhões, avanço de 9,1% em relação ao ano anterior. A China permaneceu como principal origem, representando 31,8% do total e com crescimento de 18% frente a 2024. Apenas em agosto, o país asiático respondeu por 30,6% das compras brasileiras, um aumento de 12,9% em relação a julho.