O economista norte-americano e vencedor do Prêmio Nobel de Economia, Paul Krugman, publicou um artigo em que elogia o sistema de pagamento brasileiro, o PIX. Com o título “O Brasil inventou o futuro do dinheiro? E será que chegará para os EUA?”, o texto analisa o sucesso da ferramenta no Brasil e discute as dificuldades enfrentadas pelos Estados Unidos para adotar uma solução semelhante.
Krugman destaca as vantagens do PIX, como a gratuidade para pessoas físicas, a rapidez nas transações — que levam em média três segundos — e os baixos custos para empresas, bem inferiores aos cobrados por operadoras de cartões de débito e crédito. Ele compara os números: enquanto o custo médio de uma transação com PIX para comerciantes é de cerca de 0,33% do valor da operação, os cartões de débito e crédito chegam a cobrar 1,13% e 2,34%, respectivamente.
O economista também observa que cerca de 90% da população brasileira já aderiu ao sistema, o que, segundo ele, demonstra um alto nível de aceitação e eficiência.
Ao discutir as barreiras enfrentadas nos EUA, Krugman menciona a resistência política à criação de uma moeda digital pelo Federal Reserve e a influência de grupos de interesse ligados ao sistema financeiro tradicional. Em tom crítico, ele sugere que o Brasil, ao contrário dos Estados Unidos, tem conseguido avançar em inovações financeiras e enfrentar interesses que dificultam mudanças estruturais.
“A maioria das pessoas provavelmente não considera o Brasil um líder em inovação financeira. Mas a economia política brasileira é claramente diferente da nossa”, afirma Krugman, fazendo ainda uma provocação ao mencionar que, no Brasil, até ex-presidentes são levados a julgamento por tentativas de golpe, em contraste com a situação institucional norte-americana.
O artigo conclui afirmando que outras nações podem aprender com o sucesso do PIX, embora os Estados Unidos provavelmente continuem presos a uma combinação de interesses corporativos e ilusões ligadas ao universo das criptomoedas.
Informações da Agência Brasil