O entorno do Supremo Tribunal Federal (STF) amanheceu com reforço de segurança, véspera do início do julgamento sobre uma trama golpista que teria tentado manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder.
O efetivo extra da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) deve ficar de prontidão até a conclusão do julgamento, conforme o cronograma estipulado pelo Supremo.
Começou a operar também uma Célula Presencial Integrada de Inteligência, instalada na sede da Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Distrito Federal. A estrutura reúne órgãos de segurança locais e nacionais, que fazem o monitoramento da movimentação de pessoas em Brasília e nas redes sociais com objetivo de lançar ações preventivas, se necessário.
Os arredores do tribunal estão submetidos a um esquema de segurança integrado entre a Polícia Judicial Federal e a SSP-DF. Aglomerações que caracterizem manifestações e qualquer tipo de acampamento nas proximidades estão proibidos.
Policiais fazem o monitoramento de quem transita pela Praça dos Três Poderes e nas vias de acesso ao Supremo, incluindo abordagens e revista de mochilas e bolsas. Uma das maiores preocupações é com ações solitárias por parte de apoiadores do ex-presidente. São feitas também varreduras diurnas e noturnas com drones de imagem térmica.
Ainda que não sejam permitidas manifestações nas proximidades, o julgamento altera a rotina da região central de Brasília, uma vez que milhares de pessoas se inscreveram para acompanhar presencialmente, em vagas limitadas abertas ao público. Entre jornalistas nacionais e estrangeiros, mais de 500 profissionais pediram credenciamento.
O principal alvo do julgamento é o próprio Bolsonaro, que não está obrigado a comparecer, mas pode acompanhar o caso em pessoa, caso queira. Para isso, é necessária autorização do ministro Alexandre de Moraes para o deslocamento, uma vez que o ex-presidente foi colocado em prisão domiciliar pelo relator da ação penal.
Também têm o direito de comparecer ao julgamento os demais réus, entre militares e civis, todos ex-assessores próximos de Bolsonaro, acusados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de tentarem romper com a ordem democrática no Brasil.
O Supremo Tribunal Federal se preparou para a realização do julgamento com a mobilização de agentes da Polícia Judiciária, que permanecem de prontidão na sede do tribunal.
Entre as precauções, houve também varreduras repetidas no edifício do Supremo e nas residências dos ministros da Primeira Turma, que, além de Moraes, é composta por Cristiano Zanin, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Flávio Dino.
Os réus do núcleo 1 da trama golpista respondem por cinco crimes, cuja pena somada pode ultrapassar os 40 anos de prisão: integrar organização criminosa armada, atentar violentamente contra o Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado por violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado da União.
Informações da Agência Brasil