O Ministério de Portos e Aeroportos (MPor), por meio da Secretaria Nacional de Aviação Civil (SAC), está intensificando uma campanha nacional de conscientização sobre os riscos da soltura ilegal de balões não tripulados. A prática, além de ser crime ambiental, representa uma grave ameaça à segurança da aviação civil brasileira.
Os balões são frequentemente lançados próximos a grandes centros urbanos e aeroportos, forçando pilotos a realizarem manobras evasivas, alterarem rotas ou lidarem com situações críticas em voo — o que coloca em risco a vida de passageiros e tripulantes. Para enfrentar esse cenário, a SAC atua em parceria com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) e forças de segurança pública.
“Embora ainda seja vista como uma tradição, a soltura de balões representa um risco real e crescente à segurança dos voos. A segurança começa com a conscientização de toda a sociedade”, afirma Raquel Rocha, coordenadora de Segurança Operacional e Carga da SAC.
Em diversos aeroportos do país, a situação tem sido preocupante, com registros frequentes de avistamentos e quedas de balões em áreas operacionais. No Rio de Janeiro, por exemplo, 28 balões foram recolhidos apenas em uma das principais áreas aeroportuárias.
Iniciativas de combate e prevenção
No RIOgaleão, a campanha #NãoCaiBalão está em sua 4ª edição e tem apresentado resultados significativos. A iniciativa combina ações educativas, monitoramento por tecnologia e resposta rápida, contribuindo para uma redução de mais de 85% nos casos desde seu início. Entre janeiro e maio de 2025, o sistema de alerta foi acionado 21 vezes, sem incidentes graves. Outro destaque é o projeto Conexão Escola, que leva informação sobre os riscos dos balões a estudantes da rede pública.
“Temos nos dedicado a iniciativas que contribuam para a preservação ambiental e o bem-estar coletivo. Soltar balões pode provocar incêndios e ameaçar vidas humanas e a fauna silvestre. É fundamental ampliar a conscientização e incentivar atitudes responsáveis”, afirma Milena Martorelli, gerente de Sustentabilidade do RIOgaleão.
Em Campinas, o Aeroporto de Viracopos mantém o projeto Guardiões de Viracopos, voltado à educação ambiental e à segurança aérea. A iniciativa, que envolve crianças e adolescentes, aborda os perigos dos balões, o descarte irregular de resíduos e outras práticas que comprometem as operações de voo.
Já a Polícia Militar Ambiental de São Paulo atua com ações educativas em escolas, comunidades e redes sociais, além de realizar operações de repressão. “Combatemos grupos organizados que fabricam e soltam balões, além de orientar a população para os riscos dessa prática”, explica o tenente-coronel Barreto.
Crime e penalidades
Soltar balões é crime ambiental, com pena de até três anos de prisão e multa. Quando a prática representa risco à aviação civil, também pode ser enquadrada como crime contra a segurança do transporte aéreo.
Como denunciar
A participação da sociedade é essencial. Em caso de soltura ou avistamento de balões, denuncie pelos canais:
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190 – Polícia Militar
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Portal Único da ANAC
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Portal do Cenipa (RCSV)