O Sinjorba manifesta profunda indignação diante da ameaça sofrida ao vivo pelo videorrepórter Rildo de Jesus, da TV Bahia, ontem (11), enquanto cobria os estragos de um tiroteio no Complexo do Nordeste de Amaralina, em Salvador. Mesmo com colete à prova de balas e presença policial, o profissional precisou interromper o trabalho e deixar o local para preservar sua vida. O episódio demonstra, mais uma vez, que o exercício do jornalismo no Brasil está longe de ser seguro e que os profissionais seguem expostos a riscos inadmissíveis.
Além da insegurança já enfrentada no dia a dia da profissão, soma-se o risco extra do modelo de motolink, no qual o jornalista acumula as funções de repórter, cinegrafista e piloto de motocicleta, ficando ainda mais vulnerável, especialmente em áreas de conflito. Essa prática, adotada para agilizar a cobertura, ignora que a vida e a integridade física de quem informa precisam estar acima da pressa por entrar no ar ou da disputa por audiência.
O Sinjorba reforça a urgente necessidade de adoção de protocolos de segurança e políticas claras de proteção aos profissionais, ressaltando que cabe também aos veículos de comunicação garantir a integridade de seus repórteres. Isso inclui oferecer apoio e acompanhamento em áreas conflagradas, fornecer equipamentos de rastreamento e comunicação em tempo real e investir em treinamento especializado para atuação em zonas de risco.
Em 2024, o Brasil registrou 144 casos de violência contra jornalistas, segundo a Fenaj. O Nordeste concentra 25% dos registros, e a Bahia, tristemente líder pelo terceiro ano seguido, responde por 6,25% do total nacional.
O caso de Rildo será incluído no relatório da Fenaj e acompanhado pela Rede de Combate à Violência Contra Profissionais de Imprensa, coordenada pelo Sinjorba e ABI. Quem informa a população merece respeito, valorização e segurança.
Após a saída do repórter, os apresentadores Vanderson Nascimento e Andrea Silva comentaram o ocorrido, reforçando que a segurança da equipe está sempre em primeiro lugar.
Em nota, a TV Bahia repudiou a ameaça sofrida pelo repórter cinematográfico e destacou que ele deixou o local para preservar sua integridade. A emissora ressaltou que é inadmissível que profissionais da imprensa sejam alvo de intimidações ou qualquer forma de cerceamento no exercício de sua função, reafirmando seu compromisso com a liberdade de expressão e o direito à informação.
Informações do Sinjorba e do Natelinha.Uol.br