Imagem: Bruno Peres/Agência Brasil
Segundo estudo de defesa da segurança infantil com apoio de pesquisadores da Northeastern University, muitos dos mecanismos que a Meta afirma ter adotado para proteger adolescentes no Instagram não funcionam como prometido.
Dos 47 recursos testados, somente 8 foram considerados plenamente eficazes. Os demais apresentaram falhas, já não estavam disponíveis ou se mostraram “substancialmente ineficazes”.
Por exemplo, filtros que impediriam adolescentes de encontrar conteúdo ligado à automutilação foram facilmente burlados. Mesmo mecanismos anti-bullying não foram ativados em situações que reproduziram as frases de assédio que a Meta afirma combater.
Um recurso criado para redirecionar jovens expostos a conteúdo autolesivo também nunca foi acionado, segundo os pesquisadores.
Ainda que alguns mecanismos funcionem conforme anunciado — como o “modo silencioso” para desativar notificações à noite ou exigência de aprovação dos pais para mudanças nas configurações — boa parte dos prometidos controles efetivos não se concretizou.
Intitulado Teen Accounts, Broken Promises (Contas de adolescentes, promessas não cumpridas), o estudo avaliou o histórico de atualizações de segurança promovidas pelo Instagram ao longo de mais de uma década.
A Meta rebate as conclusões, afirmando que o relatório deturpa os esforços da empresa e ignora a forma como milhões de usuários utilizam suas ferramentas. Segundo a empresa, adolescentes protegidos por essas ferramentas tiveram menos exposição a conteúdo sensível e menos contato indesejado.
Documentos internos e testes externos confirmaram parte das falhas. Em um experimento, ao digitar termos banidos de forma modificada (por exemplo, sem espaço entre palavras), o sistema liberou conteúdo proibido.
A Meta reconheceu que sabia de fragilidades: equipes internas relataram falhas nos sistemas automáticos de detecção e na atualização de filtros para termos usados por predadores.
Como resposta, a empresa afirma ter aprimorado seus sistemas, mesclando automação e supervisão humana.
Recentemente, a Meta anunciou uma expansão das contas de adolescentes para usuários do Facebook fora dos EUA e disse que pretende firmar parcerias com escolas de ensino fundamental e médio para reforçar a segurança online.