A TV por assinatura, que já foi sinônimo de status e entretenimento nos lares brasileiros, enfrenta um acelerado processo de queda em Salvador. O serviço, antes presente em milhares de casas na capital baiana, hoje está em menos de 100 mil residências, e os números continuam em declínio.
Segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o acesso aos canais pagos caiu mais de 40% nos últimos anos na cidade. Essa retração acompanha o crescimento do consumo de plataformas de streaming, que se consolidaram como uma das principais formas de entretenimento entre os baianos.
Dados do IBGE indicam que cerca de um terço das residências baianas com televisão já aderiu a algum serviço pago de streaming de vídeo. Na Região Metropolitana de Salvador, quase 3 milhões de pessoas utilizam a internet para assistir a filmes e séries, o que evidencia uma mudança de comportamento cada vez mais consolidada.
Para o consultor financeiro Raphael Carneiro, o surgimento dos streamings representou uma alternativa mais econômica e flexível. “A Netflix, por exemplo, popularizou o acesso ilimitado a um custo inicial muito mais acessível. Isso fez com que a TV paga perdesse atratividade”, avalia. Segundo ele, além do preço elevado, o modelo engessado da TV por assinatura — com pacotes fixos e canais pouco explorados — contribuiu para sua perda de espaço.
A mudança na lógica de distribuição de conteúdo também pesa nesse cenário. Diversos canais tradicionais passaram a priorizar seus lançamentos em plataformas próprias de streaming. Um exemplo é a HBO, cujas estreias mais esperadas chegam primeiro à HBO Max.
Na tentativa de frear essa debandada, operadoras como a Claro Tv+ vêm reformulando seus pacotes, incluindo serviços como Netflix, Globoplay, Max e Apple TV+. A estratégia busca manter relevância diante de um mercado em constante transformação.
Informações do Alô Alô Bahia