No Brasil, professores gastam cerca de 21% do tempo de aula tentando manter a disciplina da turma — ou seja, quase uma hora de cada cinco aulas é dedicada a recuperar a ordem.
A constatação faz parte da Pesquisa Internacional sobre Ensino e Aprendizagem (TALIS 2024), divulgada pela OCDE, que ouviu professores e diretores principalmente do 6º ao 9º ano do ensino fundamental, em 53 países.
Enquanto no Brasil esse tempo dedicado à disciplina ficou em 21%, a média entre os países da OCDE é menor, cerca de 15%.
Outra informação do estudo: 44% dos docentes brasileiros dizem que são interrompidos com frequência pelos alunos — esse índice é muito mais do que o dobro da média da OCDE, que está em torno de 18%.
Quanto ao estresse, 21% dos professores no Brasil afirmam que sua profissão é “muito estressante”, valor ligeiramente acima da média da OCDE, que é de 19%. Além disso, 16% relatam que a docência afeta bastante sua saúde mental (na OCDE é 10%), e 12% dizem sofrer impacto físico significativo comparado a 8% da média OCDE.
Sobre valorização profissional, apenas 14% dos professores brasileiros creem ser bem-valorizados socialmente, percentual abaixo da média da OCDE (22%). O percentual que acha que são valorizados pelas políticas públicas também é de 14% (versus 16% da OCDE).
Mesmo assim, 87% dos professores brasileiros declaram, em geral, estar satisfeitos com o trabalho — número próximo ao da OCDE, que registra 89%. Para 58%, ser professor foi a primeira escolha de carreira, também índice similar ao observado na média dos países avaliados.
A pesquisa TALIS é realizada periodicamente; esta é a quarta edição e no Brasil foi aplicada em junho e julho de 2024 pelo INEP, com apoio das secretarias de educação dos 27 estados.
Fonte: Agência Brasil