Créditos: Tânia Rêgo/ Agência Brasil
O presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), José Hiran Gallo, afirmou nesta sexta-feira (16) que os números relacionados ao trânsito no Brasil são alarmantes. Ao participar do 16º Congresso Brasileiro de Medicina do Tráfego, em Salvador, ele apresentou estimativas que apontam mais de 32 mil mortes por ano em sinistros de trânsito — uma média de 92 vítimas diárias. Para cada vida perdida, ao menos dez pessoas ficam com sequelas graves ou permanentes.
“Falamos de jovens que deixam de estudar, homens e mulheres impossibilitados de trabalhar, famílias que passam a conviver com a dependência e o sofrimento prolongado. Esse cenário nos coloca no ranking mundial entre os países com maior número absoluto de vítimas no trânsito, ao lado de nações muito mais populosas, como Índia e China”, disse Gallo.
O dirigente ressaltou que a medicina do tráfego vai além da prática clínica, pois une a atuação médica ao compromisso social, fornecendo dados e soluções que orientam políticas públicas.
Outro ponto destacado foram os custos dos acidentes de trânsito, classificados por ele como “astronômicos”. Segundo estimativa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o impacto chega a R$ 50 bilhões por ano.
“É o resultado da soma de despesas hospitalares e com reabilitação, aos gastos da previdência social e aos prejuízos na produtividade. Esse valor seria suficiente para construir centenas de hospitais de médio porte ou milhares de escolas públicas”, acrescentou.
Para Gallo, cada acidente grave representa não apenas uma tragédia pessoal e familiar, mas também um prejuízo coletivo, ao drenar recursos que poderiam fortalecer áreas essenciais como saúde, educação e segurança.