121.933 crianças e adolescentes até 14 anos foram internados no Brasil vítimas de acidentes. Em média, são 334 hospitalizações por dia, o que representa cerca de 14 internações por hora em razão desses episódios.
Os dados fazem parte de um levantamento da Aldeias Infantis SOS, elaborado a partir de informações do DataSUS, do Ministério da Saúde.
Quedas lideram internações
As quedas são a principal causa de lesões não intencionais de crianças e adolescentes, respondendo por 44% dos casos ou 54.056 internações. Em seguida estão queimaduras (19% ou 23.412 casos) e acidentes de trânsito (10% ou 12.196 ocorrências). Outras causas de internação envolvem intoxicações (3%), afogamentos (0,21%), sufocamentos (0,48%) e incidentes com armas de fogo (0,07%).
Mortes
O estudo também analisa o número de crianças e jovens que morreram em decorrência de acidentes. Foram registradas 3.398 mortes na faixa etária até 14 anos. Isso significa que, a cada dia, nove crianças perdem a vida em acidentes que poderiam ser evitados em 90% dos casos, de acordo com a organização.
As principais causas foram sufocamento (30%), acidentes de trânsito (26%) e afogamento (26%). Foi registrado crescimento das mortes por armas de fogo, acidentes de trânsito, afogamentos, quedas e sufocamentos. No mesmo período, houve queda apenas nos óbitos causados por intoxicações e queimaduras.
Acidentes por faixa etária
A pesquisa aponta que a faixa etária mais atingida é entre 10 e 14 anos, com 36% das internações, seguida por crianças de 5 a 9 anos (35%) e de 1 a 4 anos (23%). Bebês com menos de 1 ano representam 5% dos registros.
De acordo com o estudo, a concentração de casos no intervalo de 5 a 14 anos, que totalizam 71% das internações, pode ser explicada pela maior autonomia de crianças e adolescentes nessa faixa etária. Como circulam mais livremente, também ficam mais expostos.
Prevenção
A Aldeias Infantis SOS e o Ministério da Saúde recomendam algumas medidas simples que podem evitar acidentes nesta faixa etária:
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Para evitar sufocamento, mantenha o lençol sempre ajustado ao colchão e fique atento para que o rosto do bebê não fique encoberto;
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Evite o contato da criança com peças pequenas, como clipes, botões, moedas e anéis. Ofereça brinquedos grandes e adequados para a faixa etária;
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Uma das principais causas de sufocamento é por alimentos. Evite oferecer a comida quando a criança estiver agitada, brincando ou dentro do carro em movimento;
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Evite que a criança tenha contato com sacos plásticos, cordões e fios;
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Não deixe a criança sozinha em cima de móveis e use barreiras, grades e redes de proteção em escadas e janelas;
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Não deixe a criança sob os cuidados de outra criança;
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Não deixe a criança sozinha na banheira e mantenha-a afastada de baldes, tanques, vasos, poços e piscinas. Mesmo um nível baixo de água pode causar afogamento;
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Bebês devem ser transportados sempre no bebê conforto ou na cadeirinha. Após os 7 anos e meio, devem continuar sentando no banco de trás do carro, presas por um cinto de segurança de três pontas;
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Mantenha produtos de limpeza, medicamentos e produtos de higiene pessoal fora do alcance da criança, de preferência em armários altos e/ou trancados;
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Limite o acesso da criança à cozinha;
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Dê preferência por usar as bocas de trás do fogão e deixe os cabos das panelas virados para a parte central;
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Fique atento ao forno ligado, ferro de passar roupas, chapinha de cabelos, aquecedor e outros equipamentos quentes;
Informações da Agência Brasil