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O papa Leão afirmou que não considera realmente “pró-vida” quem se opõe ao aborto, mas defende práticas como a pena de morte ou o tratamento desumano de imigrantes. A declaração foi feita a jornalistas em Castel Gandolfo, residência papal na Itália.
“Alguém que diz ser contra o aborto, mas concorda com o tratamento desumano dos imigrantes nos Estados Unidos, não sei se isso é pró-vida”, disse o pontífice, ao comentar a política migratória norte-americana.
A Igreja Católica, com 1,4 bilhão de fiéis no mundo, ensina que a vida é sagrada desde a concepção até a morte natural, princípio reafirmado pelo novo papa, eleito em maio após a morte de Francisco. Diferente de seu antecessor, que frequentemente fazia críticas diretas ao governo de Donald Trump, Leão tem adotado um estilo mais reservado, mas não deixou de se posicionar sobre temas centrais da doutrina.
Em resposta, a Casa Branca defendeu a postura do presidente norte-americano. “Trump foi eleito com base em suas muitas promessas, incluindo a de deportar estrangeiros ilegais criminosos. Ele está cumprindo sua promessa ao povo norte-americano”, declarou a porta-voz Abigail Jackson.
O papa também foi questionado sobre a decisão da Arquidiocese de Chicago de conceder um prêmio ao senador democrata Dick Durbin, de Illinois, que apoia o direito ao aborto. A homenagem recebeu críticas de setores conservadores da Igreja nos EUA, incluindo vários bispos.
Para Leão, é preciso considerar o conjunto da atuação do parlamentar: “É muito importante olhar para o trabalho geral que o senador tem feito. Eu entendo as dificuldades e tensões, mas acredito que, como já disse no passado, devemos observar as muitas questões que estão relacionadas ao ensinamento da Igreja”.
E reforçou: “Alguém que diz que é contra o aborto, mas que é a favor da pena de morte, não é realmente pró-vida”.