Após a decretação da prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, parlamentares da oposição ocuparam as mesas diretoras dos plenários da Câmara e do Senado, em protesto contra a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Os senadores e deputados afirmam que permanecerão nos locais até que os presidentes das duas Casas pautem dois temas centrais: a anistia geral e irrestrita aos envolvidos na tentativa de golpe de Estado e o impeachment de Moraes. Também exigem a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê o fim do foro privilegiado, o que transferiria o julgamento de Bolsonaro do STF para a primeira instância.
Durante coletiva de imprensa em frente ao Congresso Nacional, os parlamentares criticaram duramente a decisão de Moraes. O senador Flávio Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, declarou que as medidas exigidas pela oposição são um “pacote de paz” e defendeu o afastamento do ministro do STF.
“O impeachment de Moraes é a primeira medida para pacificar o país”, disse Flávio.
O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), afirmou que o grupo está obstruindo as sessões como forma de pressionar os presidentes das Casas Legislativas, e criticou a falta de diálogo com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).
Já o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do PL, afirmou que “não haverá paz no Brasil enquanto não houver discurso de conciliação”, e reiterou a defesa pela anistia, pelo fim do foro privilegiado e pelo impeachment de Moraes. Apesar do apelo à pacificação, declarou que a oposição está “se apresentando para a guerra”.
Na Câmara, o vice-presidente Altineu Côrtes (PL-RJ) prometeu pautar o projeto da anistia assim que assumir interinamente a presidência da Casa, caso o presidente Hugo Motta (Republicanos-PB) se ausente do país.
Até o momento, os presidentes da Câmara e do Senado não se pronunciaram sobre a mobilização da oposição.
Informações da Agência Brasil