Uma análise da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) aponta que a nova tarifa de 50% sobre produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos pode trazer impactos severos à economia baiana. Segundo a nota técnica, a medida deve reduzir a competitividade dos produtos do estado no mercado norte-americano, afetando diretamente a produção, o emprego e a geração de renda.
Utilizando a metodologia de multiplicadores de insumo-produto, o estudo estima uma redução de US$ 643,5 milhões no volume de exportações baianas — uma queda de 5,4%. Sem compensações em outros mercados, o impacto direto sobre o Produto Interno Bruto (PIB) da Bahia seria de R$ 1,8 bilhão, representando uma retração de 0,38%.
Os setores mais afetados seriam papel e celulose, químicos e petroquímicos, borracha (incluindo pneus), metalurgia, frutas, cacau e derivados, além de petróleo. Juntos, esses segmentos respondem por cerca de 89% das exportações do estado para os EUA.
Entre as perdas estimadas:
Papel e celulose: US$ 191 milhões
Químicos/petroquímicos: US$ 177 milhões
Borracha (pneus): US$ 89,3 milhões
Alimentos (cacau, café e frutas): US$ 77,5 milhões
Metalurgia: US$ 62,2 milhões
Têxtil: US$ 18,4 milhões
O estudo também alerta para o risco ao estoque de empregos formais. Cerca de 210 mil trabalhadores estão empregados nos setores exportadores atingidos, o que representa 7,8% do total de empregos com carteira assinada na Bahia. O setor petroquímico concentra o maior volume, com 81 mil postos de trabalho.
Apesar da Bahia ter a China como principal parceiro comercial, os Estados Unidos ocupam a terceira posição, com participação relevante na pauta exportadora do estado. A nova tarifa, se mantida, pode comprometer seriamente essa relação.
Informações do ba.gov.br