O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou neste final de semana o reforço nas medidas de monitoramento permanente da casa do ex-presidente Jair Bolsonaro, que cumpre prisão domiciliar em um condomínio no bairro Jardim Botânico, área nobre de Brasília.
A decisão ocorreu após o procurador-geral da República, Paulo Gonet, ter enviado ao STF parecer contrário ao pedido da Polícia Federal (PF) para que agentes permanecessem no interior da residência 24 horas por dia. Apesar disso, o procurador se manifestou favorável ao reforço da segurança nas proximidades da casa e na entrada do condomínio, o que foi acatado pelo ministro.
Moraes determinou que a Polícia Penal do DF realize monitoramento presencial na área externa da residência e nas divisas com os demais imóveis, onde poderia haver risco de fuga.
Além do monitoramento externo, o ministro autorizou a realização de vistorias nos “habitáculos e porta-malas de todos os veículos que saírem da residência do réu”. Essas vistorias deverão ser documentadas, com a identificação dos veículos, motoristas e passageiros, e envio das informações ao STF diariamente.
O ex-presidente cumpre prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica, medida aplicada após Moraes entender que ele havia violado restrições que proibiam postagens em redes sociais de terceiros.
Em outra investigação, a PF descobriu que Bolsonaro tinha um documento de asilo político para ser apresentado ao presidente da Argentina, Javier Milei. Segundo a PF, o documento estava salvo no aparelho desde 2024. A defesa afirmou que se tratava apenas de um “rascunho” e negou qualquer tentativa de fuga do país.