Crédito: Paulo Guereta / Governo do Estado SP
O Ministério da Saúde confirmou que, até as 16h de sexta-feira (3), foram registrados 113 casos de intoxicação por metanol após a ingestão de bebida alcoólica no país — sendo 11 confirmados e 102 em investigação.
São Paulo lidera os registros, com os 101 casos (11 confirmados e 90 em investigação). Outros estados também apresentam notificações: Pernambuco (6), Bahia (2), Distrito Federal (2), Paraná (1) e Mato Grosso do Sul (1).
Das intoxicações notificadas, 12 resultaram em óbito: um caso confirmado em São Paulo e 11 em apuração. Os óbitos ainda investigados ocorrem em São Paulo (8), Pernambuco (1), Bahia (1) e Mato Grosso do Sul (1).
Para mitigar os efeitos dessas intoxicações, o Ministério da Saúde em parceria com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) adquiriu 4,3 mil ampolas de etanol farmacêutico — utilizado como antídoto — e planeja comprar 150 mil ampolas adicionais (equivalentes a 5 mil tratamentos) para reforçar o estoque do Sistema Único de Saúde (SUS).
O ministério também convocou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a fazer um chamamento internacional a dez grandes agências reguladoras (Argentina, México, União Europeia, Estados Unidos, Canadá, Japão, Reino Unido, China, Suíça e Austrália) para apoio e cooperação.
Além disso, enviou ofícios a instituições da Índia, Estados Unidos e Portugal para cotação ou doação de outro antídoto, o fomepizol — medicamento com estoque escasso em muitos países. Também requisitou 100 doses imediatas de fomepizol à Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e manifestou intenção de adquirir mais 1 mil doses via linha de crédito da entidade.
Desde 1º de outubro, estados e municípios foram orientados a notificar imediatamente suspeitas de intoxicação por metanol para fortalecer a vigilância epidemiológica. Também foi criada uma sala de situação de caráter extraordinário, que permanecerá ativa enquanto houver risco sanitário e necessidade de monitoramento nacional.