Imagem: Rovena Rosa/Agência Brasil
O Anuário Brasileiro da Educação Básica 2025, divulgado nesta quinta-feira (25), apontou fortes desigualdades na infraestrutura das escolas públicas do país. Embora 95% contem com itens considerados básicos, apenas 48,2% estão ligadas à rede pública de esgoto e mais de 20% ainda não possuem serviço de coleta de lixo.
As diferenças regionais são marcantes: no Norte, só 9,3% das escolas têm rede de esgoto e 54% não contam com coleta de lixo. Já no Nordeste, 30,8% estão ligadas à rede de esgoto. Em contrapartida, o Sudeste apresenta o melhor cenário, com 84,7% das unidades atendidas.
Além da carência em saneamento, faltam também estruturas essenciais como água potável, energia elétrica e banheiros em estados da Região Norte. Em Roraima, por exemplo, um quarto das escolas públicas não dispõe de banheiro.
A gerente de Políticas Educacionais do Todos Pela Educação, Manoela Miranda, destaca que a precariedade impacta diretamente o aprendizado. “Três em cada dez escolas públicas no Acre e em Roraima não têm água potável. É uma questão de dignidade e de condições mínimas para que a aula possa acontecer”, afirmou.
O anuário também mostra disparidades na infraestrutura de ensino: apenas 27% das escolas de anos iniciais do ensino fundamental contam com laboratório de informática, e só 20,3% das de anos finais possuem laboratório de ciências. No ensino médio, a presença sobe, mas segue desigual — 46,9% das escolas têm laboratório de ciências, com índices ainda menores no Norte.
Apesar do avanço em indicadores como acesso e conclusão escolar, os dados reforçam que a qualidade e a equidade da educação pública ainda dependem de investimentos consistentes em infraestrutura básica e pedagógica.