A Petrobras anunciou que pretende retomar a atuação no mercado de venda direta de gás liquefeito de petróleo (GLP), popularmente conhecido como gás de cozinha. Segundo a presidente da estatal, Magda Chambriard, a decisão está relacionada à alta rentabilidade do setor e ao crescimento expressivo das margens obtidas por revendedores.
Ela criticou a política de desinvestimentos adotada pela gestão anterior, que levou a empresa a se retirar de áreas como etanol e distribuição de GLP, e defendeu que esses ramos podem ser estratégicos e lucrativos para a companhia. De acordo com dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), entre 2019 e 2023, a margem líquida das distribuidoras de gás cresceu 188%, bem acima da inflação do período.
A Petrobras havia deixado o mercado em 2020, com a privatização da Liquigás, que detinha cerca de 21% de participação e presença nacional. Agora, a companhia busca grandes clientes, como indústrias e estabelecimentos comerciais, e pretende aproveitar a infraestrutura já existente para avançar na distribuição direta de GLP.
O polo industrial de Itaboraí (RJ), que processa gás natural do pré-sal, também deve contribuir para ampliar a oferta e reduzir a necessidade de importações. Além do GLP, a estatal sinaliza interesse em voltar a investir no mercado de etanol, considerado estratégico para a transição energética, por meio de parcerias minoritárias com empresas já consolidadas.
No mais recente balanço, a Petrobras registrou lucro líquido de R$ 26,7 bilhões e anunciou a distribuição de R$ 8,66 bilhões em proventos a acionistas, incluindo o governo federal e o BNDES.
Informações da Agência Brasil