Uma grande operação de manejo ambiental resultou na remoção de 1.674 quilos da medusa Cassiopeia andrômeda em Itaparica, espécie exótica invasora que ameaça a biodiversidade da Baía de Todos-os-Santos (BTS) e limita o uso do estuário por moradores e turistas.
A presença da medusa foi inicialmente relatada por moradores e pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Itaparica, que alertaram para os impactos da bioinvasão, como a perda de espécies nativas e a impossibilidade de banho na região.
Pesquisas confirmaram a presença de pólipos, estruturas microscópicas capazes de liberar novas medusas, indicando que a espécie estava em reprodução ativa. Diante do risco de manutenção da invasão, começou uma pesquisa científica coordenada pela UFBA para analisar a dinâmica populacional da Cassiopeia andrômeda e testar estratégias de contenção. Ações anteriores já haviam retirado 1,2 tonelada das medusas.
A metodologia prevê mensurações periódicas e campanhas de remoção, seguidas de monitoramento durante três meses. Organizações locais colaboram com a pesquisa por meio da ciência cidadã, na qual a população auxilia os pesquisadores na produção de conhecimento.
A ação foi conduzida pela Secretaria do Meio Ambiente da Bahia (Sema), em parceria com o Inema, pesquisadores da UFBA, a prefeitura de Itaparica, Maré de Março e voluntários locais. “Estamos monitorando como a biodiversidade da região se recompõe após as remoções. Essa é uma experiência inédita no estado, que pode servir de referência para outras localidades que enfrentam problemas semelhantes com espécies exóticas invasoras”, destacou Tiago Porto, diretor de Políticas e Planejamento Ambiental da Sema.
Pesquisadores da UFBA já registraram mais de 60 espécies exóticas invasoras nos mares da Bahia, muitas delas na BTS. A Cassiopeia andrômeda, conhecida como “medusa invertida”, apresenta explosões populacionais rápidas que podem se perpetuar em águas calmas, como fundos cegos em estuários e manguezais, quando há presença de pólipos no ambiente.
A experiência em Itaparica está sendo compartilhada com outras regiões. Representantes da Prefeitura de Maraú, onde a espécie também foi registrada, acompanharam a ação para aprender a metodologia de manejo e aplicá-la em seu território.
Informações do Alô Alô Bahia