Os líderes dos países do Brics discutiram como ampliar os mecanismos de comércio entre as nações do bloco de países emergentes.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva organizou uma cúpula virtual com o objetivo de coordenar estratégias centradas no multilateralismo, em meio à política dos Estados Unidos de elevar tarifas de parceiros comerciais.
Segundo Lula, o comércio e a integração financeira entre os países do Brics oferecem uma opção segura para mitigar os efeitos do protecionismo. Ele destacou que o grupo de potências do Sul Global tem legitimidade para liderar a refundação do sistema multilateral de comércio em bases modernas, flexíveis e voltadas às necessidades de desenvolvimento.
Em seu discurso, o presidente brasileiro citou o papel do Novo Banco de Desenvolvimento e as complementariedades econômicas entre os países. Ele ressaltou que o Brics reúne 40% do PIB global, 26% do comércio internacional e quase metade da população mundial, além de expressiva capacidade energética e agrícola.
Para Lula, a crise de governança global exige que o Brics mostre que a cooperação pode superar rivalidades. Ele criticou a paralisia da Organização Mundial do Comércio (OMC) e as medidas unilaterais que ameaçam os princípios do livre comércio, afirmando que a “chantagem tarifária” tem sido usada como instrumento político.
O presidente defendeu maior articulação do bloco frente ao unilateralismo, ressaltou a necessidade de uma governança climática mais forte e reiterou o convite para a participação na COP30, em Belém. Ele também sugeriu a criação de um Conselho de Mudança do Clima da ONU.
No campo geopolítico, Lula criticou intervenções militares e a presença de forças armadas norte-americanas no Caribe, reforçando a vocação pacífica da América Latina e do Caribe. Também defendeu a busca por soluções pacíficas para conflitos como a guerra na Ucrânia e a crise na Faixa de Gaza.
Por fim, o presidente destacou a importância de discutir soberania digital e governança democrática no ambiente virtual, alertando para os riscos de dominação tecnológica concentrada em poucos países.
Participaram da cúpula virtual líderes e representantes de China, Rússia, Índia, África do Sul, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã.
Informações da Agência Brasil