Sindicato dos Bancários da Bahia, junto à Federação da Bahia e Sergipe, realizou uma manifestação em frente à agência do Itaú no bairro do Imbuí, em Salvador, contra o fechamento de unidades físicas do banco. A mobilização faz parte de um movimento nacional que denuncia o desmonte da rede de atendimento mesmo diante de lucros bilionários da instituição.
A agência do Imbuí, com mais de 25 anos de funcionamento, atende cerca de 30 mil clientes e dois mil beneficiários do INSS. Sua previsão de encerramento é vista pelos manifestantes como parte de uma lógica de maximização de lucros em detrimento de direitos sociais. Apenas neste semestre, outras duas unidades foram fechadas nos bairros de Brotas e Cabula.
Enquanto reduz sua presença física e dificulta o acesso da população a serviços bancários essenciais, o banco segue investindo pesadamente em publicidade e grandes eventos. Para o presidente do Sindicato, Elder Perez, a situação vai além dos interesses da categoria: “Fechar uma agência não afeta só os bancários, mas desestrutura bairros inteiros. Comerciantes, idosos, pessoas com deficiência e trabalhadores perdem acesso, autonomia e segurança financeira”.
Robson Bonfim, diretor do Sindicato e funcionário do Itaú, alertou para o impacto direto sobre os trabalhadores. “É um modelo que pressiona, adoece e exclui. O banco fecha agências, impõe metas abusivas, mantém tarifas altíssimas e ignora completamente as necessidades das regiões mais populosas”, afirmou.
Clientes também manifestaram insatisfação com as mudanças. Sonia Santos, de 65 anos, criticou a transferência automática de sua conta para outra unidade, sem qualquer consulta prévia. “Sou idosa, não quero ser forçada a me deslocar para longe nem a usar canais digitais o tempo todo. O atendimento presencial está cada vez pior, faltam funcionários e aumentam os golpes. Isso é um desrespeito”.
O Sindicato dos Bancários da Bahia reafirma que continuará mobilizado contra o esvaziamento dos serviços presenciais. Para a entidade, o fechamento de agências representa uma escolha política que prioriza o lucro e nega o papel social do sistema bancário.
Informações do Sindicato dos Bancários