O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) propôs a criação de um imposto global sobre grandes fortunas para financiar a dívida climática dos países em desenvolvimento. A medida visa gerar até US$ 390 bilhões anuais, direcionados a projetos de mitigação e adaptação às mudanças climáticas, como energias renováveis, reflorestamento e infraestrutura resiliente. O estudo destaca que, enquanto os países mais ricos são historicamente os maiores emissores de gases de efeito estufa, são os mais pobres que enfrentam os maiores impactos das mudanças climáticas.
De acordo com o Ipea, a implementação desse imposto poderia reduzir a desigualdade global e promover uma transição justa para economias de baixo carbono. A proposta sugere que os recursos arrecadados sejam administrados por uma nova instituição internacional, com participação ativa dos países em desenvolvimento, garantindo que os investimentos atendam às necessidades locais e sejam sustentáveis a longo prazo.
A iniciativa ocorre em um momento crítico, com o limite de 1,5°C de aquecimento global sendo ultrapassado em 2024, seis anos antes do previsto. Especialistas alertam que, sem uma ação coordenada e justa, as consequências das mudanças climáticas continuarão a afetar desproporcionalmente os países mais vulneráveis. A proposta do Ipea busca, assim, estabelecer um mecanismo financeiro global que promova a equidade e a justiça climática, alinhando os interesses econômicos com a urgência ambiental.
Fonte: Agência Brasil



