Um novo levantamento do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) mostra que a sobretaxa de 50% imposta pelos Estados Unidos atinge 35,9% das exportações brasileiras para o país. A medida, inicialmente anunciada pelo governo Trump, não incide sobre todos os produtos — cerca de 700 itens ficaram de fora da nova taxação.
Entre os produtos isentos da elevação estão aviões, celulose, suco de laranja, petróleo e minério de ferro, que continuam sujeitos a uma tarifa adicional de até 10%, já aplicada anteriormente. Esses itens representam 44,6% do valor exportado do Brasil aos EUA.
Outros 19,5% das exportações seguem submetidos a tarifas específicas — como é o caso do aço, alumínio, cobre, autopeças e automóveis — com alíquotas de até 25%, aplicadas sob justificativas de segurança nacional.
Com isso, 64,1% das exportações brasileiras seguem concorrendo em condições similares às de outros países no mercado estadunidense. O percentual é a soma dos produtos isentos da nova sobretaxa e daqueles já enquadrados nas tarifas específicas.
Ainda segundo o Mdic, produtos que já estavam em trânsito rumo aos EUA, embarcados até sete dias após a publicação da nova medida, não serão impactados pela tarifa adicional.
Confira abaixo o impacto da medida com base nos valores exportados recentemente pelo Brasil aos Estados Unidos:
Categoria | Valor (US$ bilhões) | Participação (%) |
---|---|---|
Produtos afetados pela sobretaxa de 50% | 14,5 | 35,9% |
Produtos na lista de exceções (até 10%) | 18 | 44,6% |
Produtos com tarifas específicas (até 25%) | 7,9 | 19,5% |
Total | 40,4 | 100% |