Uma comissão do Vaticano responsabiliza altos líderes da Igreja Católica por agir com lentidão na assistência às vítimas de abuso sexual por parte do clero, segundo relatório anual divulgado em 16 de outubro de 2025. A análise aponta deficiências no atendimento, nas investigações e na prestação de contas.
O documento critica especialmente a falta de respostas claras e proativas às denúncias feitas pelas vítimas, bem como a ausência de comunicação sobre se bispos envolvidos em casos de abuso ou omissão foram punidos.
Além disso, a comissão que monitora os protocolos de proteção afirma que nem sempre recebe repostas dos líderes e que muitos departamentos do Vaticano não entregam informações completas.
O relatório, com 103 páginas, examina políticas de proteção em 22 países, além de avaliar um departamento importante do Vaticano — o Dicastério para a Evangelização — que tem apenas um funcionário encarregado de supervisionar as práticas de proteção.
Na Itália, uma crítica específica foi feita: das 226 dioceses contactadas para responder a um questionário sobre medidas de proteção, apenas 81 enviaram respostas. Por outro lado, na Coreia do Sul houve participação total na consulta.
Outra lacuna identificada é a confusão institucional, causada pela falta de clareza sobre quem é responsável por tratar denúncias dentro dos vários departamentos do Vaticano. Isso gera atrasos no início das investigações e no suporte às vítimas.
O relatório também recomenda que a Igreja torne públicas as razões de remoção ou renúncia de bispos quando esses casos estiverem relacionados a abusos ou negligência, para garantir mais transparência e responsabilização.
Fonte: Agência Brasil