O secretário-geral da ONU afirma que a humanidade falhou em conter o aquecimento global em 1,5 °C, a meta estabelecida pelo Acordo de Paris há uma década, e alerta que é urgente mudar de rumo.
“Ultrapassar 1,5 °C tem consequências devastadoras. Algumas dessas consequências são pontos de inflexão — seja na Amazônia, na Gronelândia, na Antártida ocidental ou nos recifes de coral”, adverte Guterres.
“Não queremos ver a Amazônia como uma savana. Mas esse é um risco real se não reduzirmos drasticamente as emissões o mais rápido possível.”
A última década foi a mais quente já registrada, mas menos de um terço dos países (62 de 197) enviou seus planos climáticos (contribuições nacionalmente determinadas, NDCs) conforme o Acordo de Paris.
Guterres critica que, embora os Estados Unidos tenham abandonado o processo sob liderança de Donald Trump, outros, como a Europa e a China, prometeram ações que ainda não cumpriram inteiramente.
Ele também defende maior protagonismo para comunidades indígenas na COP30, argumentando que “os melhores guardiões da natureza são precisamente as comunidades indígenas”.
Na entrevista exclusiva concedida a um jornalista indígena da Sumaúma, Guterres admitiu que gostaria de ter priorizado clima e natureza mais cedo em seu mandato, mas agora vê isso como uma tarefa urgente.
Guterres convoca os líderes que participarão da COP30 — que será realizada no Brasil de 10 a 21 de novembro — a não adiarem mais os cortes nas emissões de gases de efeito estufa.
Fonte: RTP Notícias



