Milhares de soteropolitanos que dependem do transporte público diariamente devem ser afetados pela greve geral dos rodoviários, com paralisação por tempo indeterminado. A decisão foi confirmada após assembleia da categoria e ocorre diante do impasse nas negociações com o setor patronal.
Entre as principais reivindicações dos trabalhadores estão: reajuste salarial de 2,42%, aumento de 15% no tíquete-alimentação, plano de saúde com cobertura para dependentes, redução da coparticipação em atendimentos médicos, regularização da gratuidade para rodoviários afastados pelo INSS e, sobretudo, o fim da dupla função — prática que obriga motoristas a dirigir e cobrar passagens simultaneamente.
Apesar de apresentadas desde o início do ano, as pautas não avançaram. Diante da estagnação, o Sindicato dos Rodoviários acionou o Ministério Público do Trabalho (MPT), mas a tentativa de conciliação não teve êxito.
O Consórcio Integra, responsável pela operação do sistema de transporte da capital, alega dificuldades financeiras e considera algumas demandas inviáveis diante do atual cenário econômico. A entidade informou ter ajuizado dissídio coletivo e aguarda nova audiência no Tribunal Regional do Trabalho da Bahia (TRT-BA) para buscar um acordo.
Segundo o consórcio, o reajuste solicitado pela categoria ultrapassa os índices inflacionários e não se adequa ao orçamento previsto no contrato de operação. A Secretaria Municipal de Mobilidade (Semob) confirmou ter sido informada sobre a paralisação e afirmou esperar que haja um acordo para evitar a greve, que pode prejudicar fortemente os usuários do transporte coletivo em toda a cidade.
Com uma frota de quase dois mil ônibus, o sistema transporta mais de um milhão de passageiros por dia útil. A ausência desses coletivos deve provocar um colapso na mobilidade urbana, afetando especialmente trabalhadores, estudantes e moradores de bairros periféricos, muitos dos quais dependem exclusivamente dos ônibus para se locomover.
Informações do Tribuna da Bahia