A paralisação de funcionários da BR Distribuidora que começou na última segunda-feira em várias partes do País, causou transtornos nos postos da rede em Salvador e Região Metropolitana. Durante todo o dia de ontem, muitos tentaram abastecer e encontraram problemas, como a falta de combustível. A paralisação, que está prevista para acabar hoje, (19), poderá acontecer novamente em setembro.
De acordo com o coordenador geral do Sindicato dos Petroleiros da Bahia (Sindipetro), Deyvid Bacelar, a categoria fará greve nacional, por tempo indeterminado, na segunda quinzena de setembro, com o objetivo de barrar o processo de desmonte e privatização da Petrobras.
Ele explica que com a privatização da estatal o maior prejudicado será a população. “A empresa retém cerca de sete mil postos de combustível, quase 40% do mercado de distribuição de petróleo do país, o que ajuda a regular o preço nos posto. 51% dos ativos da empresa com a iniciativa privada, esses preços não poderão ser controlados”, explica Bacelar, ressaltando que, não só os motoristas, como também as donas de casas sofrerão com isso, pois até a Liquigás – que fornece o gás de cozinha, terá aumentos abusivos.
O coordenador enfatizou que o sindicato cumpriu todas as exigências legais para efetuarem a paralisação e que ela só aconteceu por intransigência da gestão da empresa. “Avisamos a empresa com antecedência de 72 horas, solicitamos uma reunião, no Ministério Público do Trabalho, com representantes da distribuidora, que não estabelecer um processo de negociação e nem fazer a cota de produção e efetivo mínimo nas unidades”, revela. Com falta de combustível em determinados postos da rede BR, alguns clientes foram obrigados a abastecer em outros estabelecimentos, como o caso da estudante Taliane Dias.“Sou acostumada a abastecer no posto BR da Djalma Dutra, mas como lá não tinha gasolina, tive que colocá-la em outra rede”, conta.
Já o advogado, Felipe Reis, disse se sentir lesado por ter sido obrigado a abastecer seu veículo com gasolina aditiva ao invés de comum, no posto BR da Bonocô. “Sempre abasteço com a comum, pois a aditivada é mais cara. Como só tinha essa, não tive escolha”, disse.No posto BR Mataripe (Dique do Torró), apenas uma bomba tinha gasolina, gerando fila de carros para abastecer. “Um absurdo o consumidor ter que pagar pelos funcionários da BR Distribuidora, que façam seu protesto, mas não inferiram na vida do cidadão”, declara o motorista Adilson Almeida.