Crédito: Portal Gov.br
A expectativa é que, ao final do encontro previsto para 1º de outubro, seja apresentada a primeira versão de uma plataforma digital desenvolvida pelo Grupo de Trabalho de Combate à Manipulação de Resultados Esportivos, além de um manual de diretrizes voltado à atuação preventiva e repressiva contra esse tipo de prática.
O grupo reúne representantes de diferentes pastas do governo — Esporte, Fazenda e Justiça — além da Polícia Federal. A primeira versão da Plataforma Cívica Digital foi elaborada pela Faculdade de Ciências e Tecnologias em Engenharia da Universidade de Brasília (UnB). A ferramenta permitirá o envio de denúncias anônimas, monitoramento em tempo real das competições, acesso a painéis interativos de análise de dados e geração de alertas automáticos com inteligência artificial para identificar atividades suspeitas. O sistema também disponibilizará conteúdos informativos e educacionais.
Durante a abertura do encontro, o secretário Nacional de Apostas Esportivas e de Desenvolvimento Econômico do Esporte, Giovanni Rocco Neto, ressaltou que a integridade no esporte depende de um esforço conjunto. “Ela se faz no diálogo constante entre governo, entidades esportivas, sociedade civil e iniciativa privada”, disse. Rocco, que também é relator do grupo de trabalho, destacou os efeitos positivos do esporte na educação, especialmente para crianças, e defendeu a disseminação precoce de valores como ética, respeito e transparência.
O secretário de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda, Regis Dudena, lembrou que a ausência de regulamentação por muitos anos trouxe problemas sociais, econômicos e esportivos, além de abrir brechas para crimes como fraude e lavagem de dinheiro.
Segundo o Ministério do Esporte, o encontro deve consolidar uma base de conteúdo que sirva para capacitar agentes públicos em todo o país, fornecendo diretrizes e boas práticas para prevenir e enfrentar fraudes esportivas. Entre os profissionais a serem treinados estão policiais civis e federais, considerados essenciais para a resposta estatal a esse tipo de crime.
A programação inclui oficinas, debates e treinamentos voltados à investigação e repressão de manipulações de resultados, com foco no uso de técnicas de inteligência, cruzamento de dados e tecnologias avançadas para identificar apostas suspeitas. Entre os resultados esperados estão a padronização de procedimentos, maior cooperação entre estados e fortalecimento da atuação conjunta das forças de segurança, de forma a agilizar a apuração de irregularidades.
Em nota, o ministro do Esporte, André Fufuca, destacou que o grupo de trabalho vai estabelecer um fluxo integrado e colaborativo para o tratamento das denúncias. “O governo entende a urgência e a necessidade de tratar um tema tão complexo e que impacta a vida de tanta gente. Por isso, é primordial uma atuação conjunta, em nível nacional, que mova esforços na mesma direção a fim de enfrentar a manipulação de competições”, afirmou.