As principais autoridades financeiras mundiais expressaram nesta semana disposição para ajudar na reconstrução do enclave palestino da Faixa de Gaza, enquanto o Banco Mundial e a Organização das Nações Unidas (ONU) trabalham para finalizar uma nova estimativa de custo que gira em torno de US$ 70 bilhões.
Durante reunião do Comitê de Desenvolvimento que assessora o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, a diretora-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Ngozi Okonjo‑Iweala, informou que o tema da reconstrução de Gaza e seu formato futuro foram debatidos.
Segundo Okonjo-Iweala, “estamos todos muito, muito gratos pelo fato de haver um cessar-fogo e de a matança ter cessado, de os reféns terem sido trazidos para casa, de os palestinos poderem obter alimentos”. Ela acrescentou que espera que o auxílio à reconstrução represente “um caminho a seguir e que isso aconteça de forma pacífica”.
Já o administrador interino do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas (PNUD), Haoliang Xu, alertou que as condições para a reconstrução ainda não estão totalmente definidas — embora planos para uma conferência de reconstrução estejam em andamento, o momento da realização ainda não foi estabelecido.
Um dos desafios logísticos maiores: mais de 61 milhões de toneladas de entulho precisam ser removidas da Faixa de Gaza antes de iniciar uma reconstrução estrutural significativa. “Somos capazes, podemos fazer isso, mas as condições precisam ser adequadas”, disse Xu, citando a necessidade de liberação de reféns e corpos e a grande urgência por abrigo, especialmente diante da proximidade do inverno.
Estimativas anteriores do Banco Mundial, da ONU e da União Europeia já apontavam custo superior a US$ 50 bilhões para a reconstrução de Gaza, e a nova estimativa provisória de US$ 70 bilhões reforça a escala do desafio.
O conflito começou com o ataque da Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023, no qual cerca de 1.200 pessoas foram mortas e mais de 250 sequestradas, segundo registros israelenses. Em resposta, a campanha militar de Israel em Gaza resultou em mais de 67.000 mortes, segundo autoridades de saúde locais, e deixou a região praticamente em ruínas.
Fonte: CNN Brasil