A 25ª edição da Feira Nacional de Negócios do Artesanato (Fenearte) chega ao fim com mais de 700 estandes de comercialização, oficinas, desfiles de moda e atrações musicais que movimentaram o Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda. Com o tema “A Feira das Feiras”, a edição homenageou as feiras livres típicas do Norte e Nordeste do Brasil, resgatando seus elementos simbólicos e culturais.
Ao longo do evento, artesãos do Brasil e de diversos países, como Turquia, Japão, África do Sul e Rússia, expuseram suas produções. Um dos principais destaques foi a presença de representantes de diversas etnias indígenas brasileiras, que levaram à feira seus saberes, narrativas e produtos artesanais únicos.
Entre os povos indígenas presentes, etnias de Pernambuco como os Funil-ô, Atikum, Xukuru, Pankará, Kapinawá, Kambiwá, Truká e Pankararu ocuparam a Rua 18 do pavilhão. Também estiveram representadas outras comunidades indígenas de diferentes regiões do país.
O artesão Luiz Carlos Frederico, da etnia Funil-ô, levou à feira o fineho, apito artesanal que imita sons de pássaros. “Isso é muito simbólico para a gente, pois os pássaros têm uma representatividade muito importante na nossa cultura. São eles que sinalizam quais frutos podemos comer na natureza. Apitar durante a Fenearte é uma forma de nos comunicarmos com eles, pedindo paz e harmonia para o evento”, explicou.
Já Maria da Saúde Batalha, da etnia Pankararu, de Petrolândia (PE), expôs bijuterias indígenas e produtos têxteis feitos com algodão cru, como redes e roupas de cama. “Mais do que vender, o que mais me dá prazer é estar aqui representando meu povo. Quando apareço na internet ou na imprensa, minha família da aldeia me liga feliz. A minha maior felicidade é poder trazer o nome e a tradição do meu povo para o Recife e para outras regiões”, afirmou.
Pela primeira vez fora do seu estado, Dilma Terena, do povo Terena (MS), teve todas as 50 peças em argila vendidas. “Eu não achava que ia vender tudo tão rápido. É a primeira vez que viajo de avião e participo de uma feira desse tamanho. Estou muito feliz e espero voltar no próximo ano”, contou.
Considerada uma das maiores feiras de artesanato da América Latina, a Fenearte segue como vitrine para o intercâmbio cultural, valorização da economia criativa e fortalecimento da identidade dos povos originários e tradicionais.
Informações da Agência Brasil