Com a crise econômica, os baianos tem se virado como podem na tentativa de fazer o dinheiro suado durar até o final do mês. Com o aumento no preço de algumas frutas e verduras, por exemplo, a alternativa de muitos consumidores tem sido fazer as compras no chamado comércio informal. Contudo, antes restritos aos bairros aos bairros populares, o negócio acabou se estendendo para os chamados bairros nobres.
Em bairros como Graça e Pituba, a adesão de clientes a essas “pequenas feiras” vem crescendo, principalmente pelos consumidores que buscam, além de preços baixos, a qualidade nos produtos, já que muitos vêm se queixando das condições de itens vendidos nas grandes redes de supermercados. “Além de tudo é caro. Já encontrei muita coisa que não tem a menor condição de estar ali à venda. Nas feirinhas, a gente até consegue dar aquela chorada no preço final do produto”, disse a aposentada, Noêmia Barreto.
No bairro, que fica na orla de Salvador, não é preciso dar uma volta muito grande para encontrar vendedores dispostos a qualquer negócio para atrair o cliente, seja em pontos improvisados ou em pequenas bancas próximo a locais de grande movimento como centros médicos e shoppings. Variedade não falta. Se quiser fruta, tem opções como laranjas, jacas, mangas, goiabas e até caquis.Pensou em verduras ou legumes, dentre alguns dos itens disponíveis estão aipins, quiabos e milhos. “Nosso diferencial, além da qualidade, é que a gente vende mais barato. E ainda tem negócio se o cliente quiser pagar menos”, disse um vendedor que há 15 anos tem uma barraquinha improvisada na região.
Dentre os principais clientes estão, justamente, os próprios moradores do bairro. Segundo ele, o rendimento mensal com as vendas é de um salário mínimo.Por lá, o quilo do aipim sai a R$ 3 e quem comprar 50 quiabos vai desembolsar em torno de R$ 5. Já com R$ 10, o cliente leva oito milhos ou, pelo mesmo valor, quantidade semelhante de mangas, goiabas ou abacates. O “litro” do umbu (o ambulante utiliza uma lata de óleo como medida) também sai a R$ 10. Com R$ 5 a menos, o consumidor pode levar o “litro” da seriguela. “Compro tudo na Ceasa do CIA e posso garantir que a clientela não reclama”, falou o mesmo vendedor, que preferiu não se identificar.