Farmácias e drogarias de todo o país agora são obrigadas a reter receitas médicas na venda de medicamentos agonistas GLP-1, popularmente conhecidos como “canetas emagrecedoras”. A medida inclui substâncias como semaglutida, liraglutida, dulaglutida, exenatida, tirzepatida e lixisenatida.
A nova regra, determinada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), busca aumentar o controle sobre a prescrição e a dispensação desses medicamentos, em razão do crescimento de efeitos adversos associados ao uso indiscriminado e fora das indicações aprovadas.
Segundo a Anvisa, muitos relatos foram feitos ao sistema de notificação VigiMed, que indicou um número elevado de eventos adversos no Brasil em comparação com dados globais. O uso estético, sem acompanhamento médico, tem preocupado especialistas e autoridades de saúde.
Com a mudança, a prescrição deve ser feita em duas vias e as farmácias devem reter uma delas, como já ocorre com antibióticos. As receitas têm validade de até 90 dias e a venda precisa ser registrada no Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC).
Embora o uso off label — quando o médico prescreve o medicamento para fins não descritos na bula — continue permitido, ele deve ser feito com responsabilidade, avaliação clínica e esclarecimento ao paciente.
Entidades como a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia e a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade defendem a retenção da receita como forma de reduzir o uso indevido e garantir o acesso aos pacientes que realmente necessitam do tratamento.
Informações da Agência Brasil