A estudante Camille Santana, do Colégio Estadual da Bahia (Central), desenvolveu um papel reciclado feito a partir da mistura de resíduos de coco verde e papel comum. Orientada por professoras do colégio, ela transformou o descarte incorreto desses materiais em uma alternativa sustentável voltada para o setor hoteleiro.
A combinação desses elementos pode parecer incomum, mas, ao identificar o descarte incorreto desses materiais nas proximidades de sua escola, a estudante Camille Santana, do Colégio Estadual da Bahia (Central), desenvolveu um papel reciclado voltado para uso no setor hoteleiro, sob orientação das professoras Fernanda Pereira e Valéria Danielly.
Camille explica que a ideia nasceu da observação de dois problemas ambientais comuns, alinhados à economia circular, que busca reaproveitar recursos e reduzir desperdícios, e à cultura oceânica, que reforça a importância de preservar os mares e compreender como ações humanas impactam os ecossistemas costeiros. “Esse projeto vem de duas problemáticas: o descarte inadequado do coco verde, muito consumido aqui na cidade, e a fabricação do papel industrial, que utiliza muitos recursos naturais como as árvores, contribuindo para o desmatamento. Então, pensamos em uma alternativa de baixo custo e sustentável para aproveitar esses dois resíduos”.
Além do ensino médio, Camille também cursa a formação técnica em Hospedagem no mesmo colégio. Por isso, decidiu unir o projeto E-Papel, desenvolvido no Clube de Ciências Orbitz, à sua área de estudo. “Hoje em dia, muitos hotéis priorizam a sustentabilidade. Esse papel, voltado para o setor hoteleiro, poderia ser usado em placas de ‘não perturbe’, ‘por favor, arrumar’, registros de visitas e até em indicadores que alguns estabelecimentos oferecem aos hóspedes. A ideia é que ele seja aplicado diretamente nesse contexto”, explica.
Segundo a estudante, além de propor uma solução sustentável, o projeto apresenta resultados práticos na qualidade do material produzido. “O benefício que a gente está trazendo é retirar o resíduo orgânico, que é o coco verde, das ruas e utilizá-lo junto com o papel. Ele consegue imprimir bem. Fizemos alguns testes de impressão e deu certo. Dá para escrever tranquilamente. É um papel macio para escrever, com boa resistência, ótima gramatura e que cortamos no tamanho A4”, afirma.
A orientadora do projeto, Fernanda Pereira, ressalta a importância de a iniciativa ir além da prática em sala de aula e se tornar parte da formação dos estudantes. “O essencial é fazer com que esses alunos reflitam e se tornem multiplicadores em outros espaços, na escola, em casa, na faculdade. Que eles sejam propagadores da ideia da economia circular, não apenas dentro do colégio, mas também em todos os ambientes em que vivem. Que essa experiência contribua para uma formação humana, e não apenas técnica”.
Fonte: Ascom/Secti